domingo, 2 de dezembro de 2012

NOTA DE IMPRENSA

Comunicado da comunidade guineense na diáspora

Guiné-Bissau: Uma intervenção urgente e inadiável.

Sucedem-se os dias e o mundo assiste, boquiaberto, à carnificina, à violação dos mais elementares direitos humanos, às perseguições e à violência em cadeia perpetradas, a cada instante, por um grupo de facínora que, sem o mínimo de pudor e através de um golpe de estado, tomou conta do poder na Guiné-Bissau, lá continuando através do terror e com a convivência da CEDEAO.

Diáspora guineense reage com apreensão pelas famílias que ainda lá estão, com perplexidade por ver a indiferença com que o seu País é tratado pela comunidade internacional, apesar de ter acesso às mesmas notícias, aos mesmos blogs, ao relato das mesmas atrocidades.

Notícias essas que retratam as perseguições políticas, a ausência de respeito pelos valores humanos, o retrocesso económico e social, a descredibilização do pseudo-governo, a interrupção da reforma da administração pública, o isolamento político e económico de um País que se habituava já, antes do golpe, a ser notícia pelo muito positivo que então acontecia.

São múltiplas as atrocidades cometidas:

- Recorde-se o alegado assalto ao quartel, no dia 21 de outubro, marcado pelo assassínio de seis pessoas de etnia felupe, não hesitando o governo fantoche da Guiné-Bissau em atribuir esse acto de vandalismo e de terror a um alegado contragolpe conduzido por Portugal. Devem ser-lhe exigidas responsabilidades pelos assassinatos e pela calúnia relativamente a uma País irmão.
- As perseguições e espancamentos diários a líderes da oposição, de que são exemplos, Inacuba Indjai, Silvestre Alves e muitos outros.
- O assassinato de Luís Ocante de Silva, empregado de uma companhia telefónica, tendo sido a família impedida de verificar a extensão dos maus tratos a que o sujeitaram antes de o matar.

Os Direitos Humanos deixaram de ser respeitados!

Raptos, torturas, roubos, espancamentos, assassinatos, prisões arbitrárias
 de cidadãos e políticos diariamente perpetradas no País, em que aproveitam para ajustes de contas de ódio pessoais antigos e recalcados. Tudo com a cumplicidade da CEDEAO.

Assiste-se ao eclodir de um genocídio étnico e sanguinário contra os felupes e à eliminação política das vozes discordantes, em que, mais uma vez, os golpistas impõe-se pela violência e pela força das armas, para se perpetuarem no poder e tribalizar o governo, perante a passividade internacional e o patrocínio ativo despudorado da CEDEAO.

Em nome da Comunidade Guineense no estrangeiro, dirigimo-nos às Autoridades Democráticas Internacionais solicitando um olhar atento, uma intervenção urgente no problema da Guiné-Bissau.

Solicitamos veementemente às autoridades Internacionais:

- O envio de uma força internacional que assegure a paz.,
- A realização de eleições democráticas.
-         Um inquérito internacional sobre os acontecimentos de 21 de outubro,
-         A criação de um tribunal Internacional para julgar todos os responsáveis e demais implicados nos crimes de sangue cometidos no nosso país a partir de 2000 (depois da Amnistia Geral aprovada pela Assembleia Nacional relativo aos crimes anteriores), envolvimento os assassinatos de altos dignatário do Estado, nomeadamente o Brigadeiro Anssumane Mané, o General Veríssimo Correia Seabra, o Coronel Domingos de Barros, o Coronel Lamine Sanhá, o Coronel Baba Djassy, o General Tagme Na Waié, o Presidente João Bernando Vieira, os Deputados Hélder Proença, Baciro Dabó (candidato presidencial) e Roberto Ferreira Cacheu, o Major Iaia Dabô, o Coronel Samba Djaló, as vítimas inocentes da inventona de 21 de outubro último e tantos outros.

Quantas mortes terão de acontecer para que a Comunidade Internacional encontre uma solução para a Guiné-Bissau?

Quantas mortes terão de acontecer para que a Comunidade Internacional intervenha, como o fez noutros países?

Quantas mortes terão que acontecer para que a Comunidade Internacional ponha fim a este estado de terror que foi implantado pelos militares evitando deste modo o eclodir de uma guerra tribal na Guiné-Bissau?

Porque o Povo guineense merece.

Feito em Lisboa aos trinta dias do mês de novembro de 2012.


A Comunidade Guineense na Diáspora



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