quinta-feira, 8 de novembro de 2012

CADOGO CONVOCA JORNALISTAS

Gomes Júnior pode ser candidato à Presidência da Guiné-Bissau 






















O Governo «legítimo» da Guiné-Bissau anunciou hoje a possibilidade de um encontro em Adis Abeba entre as duas partes envolvidas no conflito de Bissau.
Em conferência de imprensa em Lisboa, Carlos Gomes Júnior revelou movimentações no seio da União Africana para a realização de um encontro na capital da Etiópia, possivelmente ainda este mês. Ao jornal ´SOL´, o primeiro-ministro deposto manifestou mesmo a disponibilidade de se sentar cara a cara com os golpistas de 12 de Abril, que qualificou como  «usurpadores de poder».
Aos jornalistas portugueses, Gomes Júnior condenou os episódios de violência ocorridos desde 21 de Outubro, negou qualquer envolvimento no ataque ao quartel dos para-comandos em Bissau e voltou a exigir a realização da segunda volta das presidenciais de Abril, interrompidas pelo golpe num momento em que o governante era o candidato mais votado. Recorde-se que o país é neste momento liderado a título interino, e não reconhecido internacionalmente, por uma coligação de partidos da oposição afectos aos militares de António Indjai.
Ainda sobre o ataque supostamente perpetrado em Outubro pelo capitão Pansau N'Tchama, Gomes Júnior criticou a associação feita pelos golpistas a Portugal. Depois de detido, N'Tchama foi detido e exibido sob uma bandeira portuguesa nas ruas de Bissau. O primeiro-ministro deposto citou Amílcar Cabral e recordou que mesmo no tempo em que os guineenses lutavam contra o regime colonial, estes permaneciam «amigos do povo de Portugal».
Na frente externa, Gomes Júnior revelou que tem mantido contactos com vários parceiros africanos, por oposição aos países próximos da Nigéria, co-responsabilizada pelo governante pela crise guineense. A estratégia do Executivo do PAIGC e dos aliados da CPLP passa por forçar as Nações Unidas a «tomar o assunto em mãos» para contornar o bloqueio da CEDEAO.
As reivindicações mantêm-se: o regresso ao poder e à ordem constitucional e a realização da segunda volta das presidenciais. No entanto, Gomes Júnior admitiu que a morte recente do presidente da CNE guineense Desejado Lima vem dificultar tanto a pretensão da realização da segunda volta como a intenção golpista de realizar novas eleições de raiz.
SOL

Sem comentários: